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“…um prédio onde repousam importantes lembranças de uma comunidade jamais se encerra. Ele permanece, circula dentro dos seres e modifica a qualidade de vida de toda a sociedade que se caracterizam pela preservação de seus bens culturais, entre os quais se incluem obras arquitetônicas. Afinal, a arte, em qualquer umas das suas inúmeras manifestações, faz o tempo passado ser eternamente presente. ”
— Miguel Ximenes
(trecho do prefácio do livro
Palecete Cabral – A Casa da Cidade:
Centenário, de Amadio Vettoretti)
A casa histórica da cidade, um dos únicos marcos simbólicos culturais que liga gerações que nos antecedem com a atualidade, o antigo Palacete Cabral, com mais de um século de existência, que durante décadas foi sede do Paço Municipal, palco de acontecimentos históricos e decisões políticas, onde passaram personalidades ilustres. Contar um pouco da história desse patrimônio é de grande reponsabilidade, e foi com base no livro “PALACETE CABRAL – a CASA DA CIDADE: Centenário”, de autoria do historiador Amadio Vettoretti e no Arquivo Público e Histórico de Tubarão, onde pudemos pautar e apresentamos parte do histórico desse monumento arquitetônico que preserva a memória de Tubarão.
O casarão, o solar do Collaço – Construído pelo Coronel Luiz
Martins Collaço, serviu de residência e recebeu como hóspede a alteza imperial, o Conde D’Eu, marido da Princesa Isabel.
Falece o Coronel Collaço, onde o casarão foi herdado por sua filha Minervina, casada com o Coronel João Cabral de Mello. O Coronel Cabral continuou recebendo naquela casa personalidades ilustres, onde em 1896, hospedou o Governador Hercílio Luz e o Deputado Federal e ex-governador Lauro Müller.
O Palacete Cabral – Demolido em 1897 pelo Coronel João Cabral Mello (genro do Coronel Collaço) e construída uma nova edificação como residência da sua família por 13 anos (1897-1910). A planta projetada, em estilo eclético, é de autoria do arquiteto Rodolfo Sabbatini. Coronel João Cabral Mello foi intendente municipal (prefeito) de Tubarão entre 1890 e 1910 e o prédio ficou conhecido como “PALACETE CABRAL”, uma das mais esplendorosas residências daquele tempo.
Dr. Joaquim Davi Ferreira Lima, primeiro médico do Hospital Nossa Senhora da Conceição, Presidente da Câmara de Vereadores entre outros cargos políticos, casou com Carolina, filha única do Coronel Collaço, e passou a residir naquele palacete. Tudo indica que o primeiro anexo tenha sido construído por ele, para instalar seu consultório médico.
Falece o Coronel Cabral de Mello, onde na partilha do inventário a viúva Minervina recebeu o “Palacete”. Nesta data, a viúva já estava residindo em Florianópolis junto com a filha e o genro. Assim o palacete foi alugado.
Fase dos Aluguéis – Na categoria de “Palacete” serviu de residência a personalidades que exerciam altos cargos na cidade, sendo ainda palco de luxuosos banquetes e festas até 1925 – chamada de “Fase de Alugueis”. Seu jardim ao lado do palacete era ponto de reunião da “elite em tarde de domingo”.
O prédio foi ocupado pelo Aprendizado Agrícola.
Em 1924 a prefeitura comprou o imóvel, passando a ocupá-lo em julho de 1925 como sede da Superintendência Municipal. O primeiro prefeito a ocupar o palacete foi o Dr. Otto Feuerschuette. Junto à prefeitura, os poderes Judiciário e Legislativo tubaronenses também ocuparam a edificação, sendo necessário a construção de mais um anexo.
Palácio do Governo Municipal e Estadual – Em 04 de outubro de 1930 foi instalada no Palacete a sede do Governo Provisório do Sul de Santa Catarina, ao qual destituiu os prefeitos municipais de toda a região. Em suas sacadas, os revolucionários discursavam e comunicavam seus atos à população.
Foi a sede da Prefeitura de Tubarão; até sua mudança para
outro endereço.
A partir de 1965 recebeu outras repartições, dentre elas o Instituto Municipal de Ensino Superior, que mais tarde se transformou na Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul). Sediou ainda o IBGE, a Junta Militar, o Cartório, a Biblioteca Pública e outros órgãos. Durante todos estes anos, a edificação não foi preservada e seu estado físico se degradou de forma acentuada.
“Patrimônio Histórico” – CASA HUBERTO ROHDEN – Com a Lei nº 1.097 de 18 de maio de 1984, o imóvel foi enfim reconhecido como “Patrimônio Histórico e Cultural Municipal”. A Lei nº 1.116 de 22 de agosto de 1984, denominou o antigo Paço Municipal de “Huberto Rohden”, filósofo nascido em São Ludgero, que pertencia a Tubarão. Huberto nasceu em 31 de dezembro de 1893 e escreveu 100 obras, condensadas em 65 livros. Foi precursor do espiritualismo universalista.
Restauração – Em 1986, o prefeito Miguel Ximenes iniciou as obras de restauração, inauguradas em 1987.
Após a restauração, a Casa da Cidade serviu de sede ao departamento de Cultura do Município, recebendo exposições de artes, lançamentos de livros, cursos artísticos, exposição de material histórico referente à cidade de Tubarão e eventos culturais diversos, além de ser sede da Biblioteca Pública Municipal.
Reforma da Casa da Cidade.
Graças à disponibilidade e contribuição da família de Amadio Vettoretti, seu livro contando detalhadamente a história da Casa da Cidade, um legado de valor inestimável para os cidadãos tubaronenses, está disponível aqui para download sem nenhum custo.
